quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

AULA 24 fevereiro 2011




Docência


A professora está diante da turma com toda sua alma. Acredita que há de fazer a diferença na vida de alguém. Nem que seja por uma única palavra. Nem que seja por um breve momento. É o sentido que dá ao seu fazer pedagógico, ao seu estar ali.


Mas o que verdadeiramente a preenche não é a possibilidade de impactar o mundo (se é que o faz) e, sim, o fato de ela mesma já não ser igual ao sair daquela sala e deixar aquela turma. Com cada experiência, renova-se, e em si mesma nota a diferença.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Historieta de um puto que levava a sério o que fazia

Lisboa. Segunda-feira. Sinônimo de trabalho. Recomeço e retomadas, energias renovadas e abertura para o novo. Definitivamente, para mim não é o dia internacional da preguiça. Isso vai se dar lá mais para o fim da semana, mas a segunda-feira tem gosto de ano novo.

Então, ia eu fazendo uma habitual caminhada de 20 minutos até o metrô quando me dei conta, a despeito dos meus passos acelerados, de que me aproximava de um puto que caminhava de mãos dadas com sua mãe daquele mesmo lado da calçada. O puto, melhor que se diga o quanto antes para os inadvertidos leitores brasileiros, é um modo inocente pelo qual os portugueses se referem aos meninos. Mas atenção! As meninas não têm alcunha correspondente. O feminino da palavra é mesmo a desginação da profissão mais velha do mundo.

Mas voltemos ao miúdo - assim mantemos o estilo português sem causar más interpretações - que caminhava com sua mãe. Tinha uns quatro ou cinco anos, vestia uniforme escolar e levava uma mochila nas costas. Ainda à distância de alguns passos, fui capaz de ouvi-lo dizer:

- Já estou atrasado para a escola.

Seu tom era de pequeno monarca.

- Da próxima vez, nada de beber café.

A mulher poderia estar ouvindo a mesma frase do marido. "Já estou atrasado, porque você ficou tomando café". As crianças estão mesmo estressadas com seus compromissos e obrigações de estudante. Não... é muito cedo para esse grau de responsabilidade. Ou então aquela escola tinha uma rigidez européia com os horários e o pequeno temia alguma punição da professora. Mais provável.

- Anda, não quero me atrasar.

Percebi melhor que o tom não era de estresse ou temor. Havia ansiedade por algo bom. Deve gostar muito de estudar. Será um puto nerd? Um miúdo dedicado aos estudos, quero dizer. Ou as aulas são didaticamente envolventes, o conteúdo desperta interesse... Já os tinha ultrapassado, começava a me afastar, porque apesar de toda pressa do menino, suas perninhas curtas não o deixavam andar tão rápido como ele gostaria. Porém, consegui ouvir o que pôs fim às minhas complexas e inúteis elocubrações sobre aquela contrariedade infantil do meio do caminho:

- Eu tenho que brincar!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sabores


Esta e outras fotos produzidas para o recém criado graquitutes.blogspot.com

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Estrela no Jardim

Por que penso que olho para o futuro
quando estou assentada sobre minhas raízes?
Sobre meus passos já cumpridos
há muito que já foi escrito,
mas não leio, não lembro, não ligo.
É o pra frente que me interessa,
creio eu...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Amado de minha vida,
Não importa quão ridículas sejam as cartas de amor. Mesmo aquelas que não são cartas. Importa apenas extrair com a força das palavras aquele ardor da alma que me faz desejar-te sempre perto. Aquele torpor que sufoca e dói pela ausência de teus beijos.
Hoje pensei: inúteis são as telas, os áudios, os vídeos, os chats, as ondas. Mesmo te vendo, te ouvindo, te lendo, de que vale isso? Tortura.
É muito amargo este tempo sem ti ao meu lado, sem o toque da tua pele, o cheiro do teu cabelo lavado, o gosto dos teus lábios que são só meus.
Vem logo, príncipe do meu reino. Vem aninhar-te em meus abraços tão sedentos de ti. Deixemos as teclas e configuremos outras tarefas às pontas dos dedos. Rendamo-nos a este amor puro e intenso que nos preenche. Sejamos totalmente ridículos, escandalosamente felizes.
Eu te amo. E te espero.
com saudades,
tua princesa.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A garçonete portuguesa


Fachavor!

Um abatenado e um filhós.

Fachavor!

Qual a sopa do dia?

Fachavor!

Um imperial bem fresco.

ô pá, mas eu pedi um abatenado. Isto é café.

Fachavor, quem é aguado não aguenta.